quinta-feira, 10 de maio de 2012

Agonia metafórica


O mundo nos ensina a viver, não é? Todos os acontecimentos que cruzam o nosso caminho, sejam eles leves ou extremamente bruscos, não estão se importando se nós estamos realmente preparados para um confronto direto. Devemos simplesmente estar preparados. Nunca estamos preparados e esse é o ponto que nos fazem cair. Trágico!
Neste momento tudo veio de uma só vez. Esses acontecimentos parecem querer me atingir de todas as formas. Sinto-me como o titã Atlas, que condenado por Zeus por se rebelar, tem eternamente em seus ombros o peso dos céus (no meu caso, o mundo), ou até ainda sinto que a gravidade é muito maior sobre mim do que os demais habitantes da Terra. Nesses momentos de sofrimento é que somos egoístas e nos sentimos os únicos em situações difíceis em todos os cantos. Eu me sinto assim. Estou egoísta.
Eu sou uma rocha, como o meu próprio nome diz, mas o que fez Moisés no denso deserto? Fez um milagre e tirou água das pedras, mas no meu caso não se trata de nenhum milagre e sim de encher o copo até transbordar. Uma hora cai. Sou como um palhaço que deve estar sempre feliz para entreter os espectadores que os aguardam ansiosamente para rirem das suas custas e que de modo algum devem ter problemas. Escondem debaixo de suas coloridas maquiagens as intensas dores que os perseguem. Eu sou um palhaço que nunca chora.
Sinto-me preso como um escravo que só pode sair de sua cela para trabalhar com o Sol incidindo sobre a sua cabeça e depois, quando a noite chega, retorna para a sua cama úmida e desconfortável para tentar repor a metade da sua energia para o batente do dia seguinte.
Há tempos que o deus Hipnos não me visita durante as noites e devido a isso meus olhos cansados, mesmo abertos, se acostumaram com a escuridão. Seu filho, Morfeu, sem a presença do seu pai, também não aparece para me levar em seus sonhos e me deixa preso nessa tão desgraçada realidade. Parece que milhões de sanguessugas absorvem, além do meu sangue, a minha energia, me deixando fraco. Fraco para tudo.
Nada é tão triste quanto a tristeza. Ficou bem claro? Espero que sim, pois esse é um sentimento que machuca e que se não resolvido, se torna eterno no interior das pessoas. Tão eterno e doloroso quanto o castigo do titã Prometeu, que roubando o fogo dos deuses para das aos homens, foi sentenciado a ter sempre o seu fígado comido por uma águia- que no outro dia crescia novamente. Doloroso....
Existem pântanos perigosíssimos dentro de cada um. Eles são algo que se não haver a devida força de vontade, te absorve facilmente, se alimentando das suas dores. Ainda me sinto preso até a cintura, pois ainda estou preso a uma corda que ainda me salva. Uma corda chamada fé. Sim, eu ainda acredito, mas ainda estou mal. Maaaaal...
Tenho um escudo invisível fortíssimo que impede as pessoas de me olharem nitidamente. Nunca estou triste. Quando me olhar por aí e me dirigir à palavra, um sorriso irá surgi em minha face e serei eu mesmo, com certeza. Te farei rir como ninguém e parecerei muito bem. Me desculpe por mentir, mas a vida me ensinou a ser um bom ator. Infelizmente.

Pedro Maciel.