sábado, 11 de dezembro de 2010

Eu suplico, leiam mais!!


Durante esses dias, eu estava escrevendo um texto para postar nesse blog, mas hoje aconteceu uma coisa tão interessante e importante de se anunciar que resolvi deixá-lo para uma próxima oportunidade. Irei relatar um acontecimento que é muito comum de se presenciar, porém ainda é um pouco constrangedor para mim e talvez para outros também.

Estava eu hoje à noite assistindo uma aula de redação. A professora, que não citarei o nome, direciona sua aula em construir idéias e nos informar, enfatizando que devemos ser leitores assíduos para sermos futuramente bons escritores. Uma tese com bastante fundamento, para ser sincero. Trouxe consigo coletâneas de textos, como é apresentado nos vestibulares, e redações de alunos que ela julga próprios para o andamento de sua aula e prosseguiu tendo como tema “Qual o papel da imprensa numa sociedade democrática?”

Começou lendo as tais coletâneas que seriam usadas como base para as futuras redações que os alunos ali presentes apresentariam para ela na próxima aula. Tudo corriam muito bem até que ela começou a ler a primeira de duas redações de um de seus alunos sobre o tema acima citado. O aluno comentou em sua redação sobre a censura e a intolerância que a imprensa sofria e/ou sofre com a presença da ditadura e falou sobre o controle que o governo tem sobre o comportamento da população.

O ápice da noite aconteceu exatamente quando a professora leu o terceiro parágrafo em que o aluno citava a China com um exemplo de ditadura. Agora, leia o que foi dito nesse parágrafo:

“Governos que sustentam a tirania e o desrespeito para com o povo, como a China, por exemplo, a atuação dos meios de informação é fortemente controlada por um órgão que filtra seus conteúdos e maltrata críticos que tentam abordar matérias contra o sistema administrativo. Casos de morte, exílio e torturas são veementemente ‘enclausurados’ pela ditadura, graças à censura da imprensa.”

Logo após ter terminado essa parte do texto, um aluno ali presente, que o nome não me vem à memória agora, interrompeu bruscamente e de forma grosseira a leitura da professora, defendendo de todas as maneiras o governo da China. Disse que o país é um ótimo lugar para se viver e que é um dos que mais cresce no mundo economicamente, enfatizando que a professora estava insinuando coisas ruins sobre o país e que ele se sentia extremamente ofendido com tais palavras. Todo esse discurso foi dito de forma bem ríspida. Não concordou com uma única palavra que foi dita e manteve-se irredutível.

A professora se assustou com a reação do jovem e não aceitou a forma com que foram ditas as suas palavras e, com certo tom de ironia, direcionando a palavra para os demais alunos da sala, teceu um simples comentário de que não falaria ou faria nada a respeito, pois já estava a par dos acontecimentos atuais sobre agressões de alunos em relação a professores e terminou perguntando se o aluno, por não aceitar o que estava sendo dito durante a aula, se não queria receber seu dinheiro de volta e se retirar da sala. Ele preferiu ficar.

Bom, o que dizer sobre uma atitude como essa? Qual seria o motivo de uma pessoa defender tanto um país? No contexto em que se encaminhava a aula, sobre liberdade de imprensa em uma sociedade democrática – deixando bem claro –, sobre liberdade de expressão, assuntos de âmbito social, não se encaixam nos argumentos que o rapaz defendeu. E ainda devo lembrar que a professora só estava lendo o texto de outra pessoa e não poderia ser acusada de insinuar coisas ruins sobre o país. Ele não percebeu que o assunto da noite nada tinha a ver com questões econômicas ou tecnologias, defendendo a China em um contexto completamente diferente.

Todos sabem que a China está realmente entre os países que mais crescem no mundo, como ele mesmo disse, e que é integrante do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), países que andam se destacando durante os anos. Mas o que vale um país crescer tanto se não se pode viver de forma plena? A liberdade de expressão é um dos maiores bens que uma pessoa pode ter para se considerar um verdadeiro cidadão. Dizer o que pensa sobre tudo que acontece, sobre todos os acontecimentos que afetam direta ou indiretamente a própria população, é um direito inquestionável.

Esse rapaz deveria se informar mais para poder opinar sobre um assunto tão importante como esse. Antes de “estufar o peito e balançar a bandeira” de um país, defendendo-o, deveria estudar e acompanhar o que está sendo vivido no local. Uma coisa que ele não percebeu é que se estivesse no seu tão adorado país e tivesse cometido essa mesma atitude, de ir contra a uma opinião de alguém superior, no caso, a reação seria completamente diferente. Ele seria brutalmente reprimido, pois sua opinião iria contra o regime vigente. Em um país como o Brasil, em que ele está vivendo, onde a democracia e a liberdade de expressão imperam, essa sua reação ao texto lido é completamente aceitável, pois não se é obrigado a aceitar tudo o que se ouve ou é imposto.

Nosso país já passou por um longo período de ditadura e querer retroceder não é uma idéia considerada inteligente. Se ele prefere viver em uma situação como essa, em um lugar onde a economia cresce a cada ano, mas que não se pode opinar sobre nada que vai contra o próprio bem estar é uma decisão dele, porém nada esperta.

Queria ver se ele conseguiria viver durante toda a sua vida de “boca fechada”.

OBS 1: Uma das funções desse texto é enviar uma mensagem para aqueles que não têm o hábito de ler e se informar sobre os acontecimentos do mundo. Procure ler e não deixe que as coisas passem despercebidas. Não passe pelo mesmo constrangimento que esse pobre rapaz. Seja superior.

OBS 2: Eu sei que os que não têm o hábito de ler, dificilmente lerão esse texto, mas mesmo assim eu insisto em postar. Se você que leu esse texto e conhece alguém que não é muito “chegado” às letrinhas, mande para ele e insista para que leia, pois talvez isso o faça acordar para a realidade. Obrigado.

Pedro Maciel.

16 comentários:

Aquiman Costa disse...

Eu não sou acostumado a letrinhas. :P

Anônimo disse...

É bom frequentar as aulas de redação. Porque coesão e coerência estão passando longe dos pensamentos do pensador!

Pedro Maciel disse...

Mas devia ser Aquiman! ^^

Esse texto tem o objetivo da reflexão e é suscetível de revisão, e agradeceria,"anônimo", se você pudesse apontar meus erros de coesão e coerência para que eu posteriormente possa fazer as devidas correções. Afinal, eu não posso deixar esses tipos de erros presentes no texto de forma tão descarada, desviando-nos assim do foco da discussão, não é verdade?

Obs: Mas o que você pensa sobre o assunto, "anônimo"?

Valeu! ;D

Anônimo disse...

O pensador aqui é você! Sou apenas uma entidade navegadora preocupada com estruturas linguísticas.
Pois bem, de inicio, você pode revisar os períodos. Não os deixando muito longos. Certos parágrafos são grandes, mas com pouquíssimos períodos. O que pode provocar perca de linearidade.
Pare de ficar escrevendo tanto EU... pare de egocentrismo. Já está explicito que o texto é em primeira pessoa, mesmo sem ter o EU.
Comece nesse caminho e já melhorará bastante o nível. Inclusive pro enem.
Não se chateie, sou uma alma perdida no vão entre a realidade e o místico, não tenho rumo. Por isso me conforto norteando algumas pessoas.

DOMÍCIO M. MACIEL disse...

Caro Pedro, sua reflexão é pertinente e necessária. Seu exercício de pensar e materializar esse pensamento através da escrita é por demais corajosa. A leitura que se faz do que a gente escreve pode ter diversas respostas e de repente alguns se perdem em nos corrigir de forma deseducada como se fosse incorrigível. Isso ocorre nesse espaço quando você não modera as postagens. Mantenha o foco da discussão e aprenda com isso, procurando professores bem intencionados que não se escondem através de um anonimato. Não percebi egocentrismo, já que você está apenas relatando um momento educativo que te fez pensar sem expor ninguém. O fato de deixar implícito o EU não esconde a conjugação na primeira pessoa como o próprio "anônimo" "ensina"; logo o egocentrismo estará presente, com ou sem o EU no texto. Quanto a necessidade de ler mais, entendo que é muito importante para que possamos nos colocar sempre bem onde formos chamados a contribuir. Parabéns.

Pedro Maciel disse...

"Anônimo", eu entendo que você se preocupe com as estruturas linguísticas e está corretíssimo, sem sobre de dúvidas. Em relação ao período, reli o texto e realmente percebi que são longos, procurarei melhorar. Sobre o "EU", não vi em nenhum momento tantas repetições como você relata, pois em meio ao texto só citei o "EU" duas vezes. Aliás, em um texto marcado pela primeira pessoa não há muito problema em ter a presença do "EU", já que como você deve ter percebido presenciei e participei do ocorrido.
Uma coisa que eu queria deixar bem claro é que não se trata de um escritor profissional que escreve para este blog, sendo que está sujeito a erros e que em nenhum momento se intitula como um escritor superior e incorrigível.
Eu me intitulo de "O Pensador" somente por um motivo: gosto de pensar sobre as coisas da vida e poder passar esses meus pensamentos para as outras pessoas para que elas possam de alguma maneira refletir sobre o determinado assunto.
Eu tenho certeza que você entendeu perfeitamente sobre o que quis dizer no texto e a mensagem que quis transmitir, mas você preferiu se focar tanto nesse assunto (não quer dizer que não considere importante)que deixou o assunto que é deveras importante para "escanteio".
Você diz para EU não me chatear. Não se preocupe com isso, pois de forma alguma me senti agredido pelas suas palavras, mas para alguém que não tinha o interesse de chatear, os comentários foram um pouco ríspidos e como deve ter percebido que meu texto tem como assunto principal a liberdade de expressão de forma alguma tomaria uma atitude de deletar ou esconder seus comentários, já que defendo, como já disse antes, a liberdade de expressão.

Mas não poderia deixar de falar sobre uma coisa bem interessante que li em seu comentário quando diz "Não se chateie, sou uma alma perdida no vão entre a realidade e o místico, não tenho rumo. Por isso me conforto norteando algumas pessoas." Por ser tão contraditório uma alma perdida querer nortear um rumo de alguém, sua citação foi bem chamativa. Sempre gostei da contradição e do paradoxo e me interessei bastante, sendo sincero!

Obrigado mais uma vez! ^^

Anônimo disse...

"já que defendo, como já disse antes, a liberdade de expressão."

Pelo visto você realmente pensa.
Não há perca de coerência, muito menos há contradição, no fato de ser uma alma perdida (por outros motivos), mas que gosta de nortear (naquilo que lhe convém).

Oh! Perdoe-me as palavras ríspidas. Às vezes não consigo digitar as palavras certas. Digito rápido para que não apareça nenhum espertinho filmando um teclado digitar sozinho.

Com relação ao prof. Domício, concordo com ele. É bom procurar professores presenciais (ninguém confia nesses cursos à distância)

Pedro Maciel disse...

Sim, defendo a liberdade de expressão, já disse.

Sobre sua contradição, digo que pelo que escreveu não deixou claro a sua informação, deixando a entender de forma generalizada que é uma alma perdida que busca nortear o caminho de outros. Isso é contradição, isso é paradoxo. Querer opor o que disse explicando suas palavras contraditórias com uma explicação já é outra contradição.

"Oh! Perdoe-me as palavras ríspidas. Às vezes não consigo digitar as palavras certas. Digito rápido para que não apareça nenhum espertinho filmando um teclado digitar sozinho." Senti um tom de ironia, impressão minha?

Já que estamos em um momento de correções, não podia deixar de notar que no momento em que escreve "Não há perca de coerência...", o certo seria substituir a palavra "perca" por "perda". Perceba que até a sonoridade fica melhor! ^^

Eu penso que não se pode falar sobre aquilo que desconhece. Você tem um conhecimento abrangente sobre educação à distância? Esses tipos de cursos são desenvolvidos de modo a revelar a identidade e a autoria daquele que se expressa, coisa que você não faz. Além disso, pelo contrário, os cursos à distância estão cada vez mais ganhando credibilidade no país, sendo, portanto, sua idéia sobre tais cursos extremamente atrasada, irônica e mostra que você não acompanha a evolução da educação.

"Pelo visto você realmente pensa."
Eu realmente penso sobre coisas importantes, lembrando que não desconsidero essas suas "preocupações" linguísticas. Percebi que você não pensou nenhum pouco sobre o assunto que expus no texto, mostrando que tal assunto não lhe causa interesse e preocupação.

Valeu! ^^

Anônimo disse...

sonoridade de perca por perda?
Hahaha! Esse pensador...

Pedro Maciel disse...

É... percebo realmente que você sempre foge dos meus argumentos, nunca responde minhas perguntas e só comenta sobre aquilo que lhe convém, como você mesmo disse.

Tem medo de se mostrar? Não confia na sua "presença" intelectual?

Hahahahaha! Esse anônimo...

Obs: Não vejo futuro nessa nossa conversinha, portanto não irei continuar. Se você ainda quiser responder fica por sua escolha. Já conseguiu seus "minutinhos de fama".

Anônimo disse...

Minutinhos de fama, pensador? Já passou na globo? No intervalo de Passione?

edvania rodrigues disse...

Vivendo e aprendendo,continui assim vc vai longe.

Comunicar ou não, eis a questão! disse...

Oi Pedro é o Emmanuel li o texto, e uma coisa é verdade todas as pessoas que não tem a "mania" de ler, assim é considerado aqueles que lêem passam por um pequeno constrangimento, uma vez em um ensaio de uma peça um grande amigo meu foi fazer a leitura de um texto, todos esperavam muito ansiosos pela leitura e na hora ele gaguejou, todos riram mas eu o ajudei a continuar, o texto estava em uma linguagem culta, que pra quem não tem habito de ler, se torna muito difícil, aprendemos então que "só o conhecimento enaltece o homem", muito obrigado.
Os textos estão melhorando muito.

Rebecca Fonseca disse...

Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem. (Mario Quintana)

Ótimo texto, Pêh. Você está sempre melhorando . :)

Anônimo disse...

Engraçado, mas até onde sei o blog é um diário virtual, e, nessa condição, dificilmente deixaria de carregar a subjetividade de seu autor, o blogueiro; digo “dificilmente” porque, nesta postagem do Paulo Maciel, o que encontrei foi a bonita decisão de um jovem abdicar do egocentrismo e voltar-se para a realidade do outro, ou seja, uma atitude de entrega e cooperação; afinal, não é bonito ver um jovem preocupando-se em disseminar o hábito da leitura entre seus pares? O fato em si de possuir um blog já é prova cabal dessa nobre atitude. Nada há de egocentrismo!
Ah, antes que me esqueça, Paulo: não liga para o tal “dono” da língua, que ainda nem sabe usar e/ou diferenciar perca de perda. Portanto, Pedro, não perca seu tempo com essa criaturinha, para que não haja perda de qualidade nas postagens de seu interessantíssimo blog. Socorro Brito

Hortencia Melo disse...

O livro é uma caixa de surpresas.
Ler é melhor forma de se aventurar sem sair do lugar.
De sentir suas idéias sendo geradas,alimentadas,para assim darem a luz.
Saber ler e não aproveitar,é perder um dos bondes da vida. Já dizia Deus "meu povo morre por falta de conhecimento",e interpreto isso de forma geral.Não só de conhecimentos biblicos,de Deus[O Criador],mas também de tudo. Temos que ler e RETER o que é bom.O que nos alimenta.
Há livros que servem apenas para que a gente perca o tempo.
Eu,particularmente,não gosto de livros que falem de vampiros.Nada contra quem gosta! Mas pra mim é perca de tempo.
Enfim,como já disse,temos que ler e RETER o que é bom.

Quem sabe ler e não aproveita dessa capacidade intelectual,sinto muito,mas está perdendo muita coisa.

Um abraço,Pedro. Parabéns pelo texto.

:D