terça-feira, 29 de março de 2011

“Ser ou não ser, eis a questão.”


Somos o que somos, porém sempre queremos ser aquilo que está mais distante de nós mesmos. Vivemos fantasias, vontades e criamos personagens. O Pensador convida você a refletir um pouco sobre viver de aparências.

Cansamos de nós mesmos? Não, na verdade acabamos por sermos o que agradam os outros, mas o nosso real ser ainda está intacto dentro de nós. Quando as cortinas se fecham e os espectadores vão embora, tiramos nossas máscaras, trajes e adereços e o que chamamos de “resto” é o que realmente somos e nos representa e esse lado nunca é de conhecimento das pessoas por mais próximas que pareçam ser.

Criamos defesas para fugir de problemas, sem perceber que fugimos de nós mesmos e consequentemente os problemas ainda continuam lá, estagnados, esperando nossa solução. Ninguém nunca ouviu que problemas são feitos para serem resolvidos? Tentamos nos mostrar fortes para que os outros não percebam que somos fracos, estufando o peito e apresentando uma pessoa completamente segura de si mesmo e equilibrada, porem durante a noite em nossas camas, com a cabeça no travesseiro, choramos como crianças, aproveitando que tudo está escuro e ninguém esta nos vendo.

Não há no mundo pior situação do que se sentir inferior aos amigos ou as pessoas que nos rodeiam. E toda essa situação nos leva a mentir, criar fantasias, casos que nunca nos aconteceu e nos vangloriar usando-os como troféus a serem expostos quando acharmos conveniente. Por medo de sermos inferiorizados por pessoas que julgamos amigos, nunca poderemos ser o que somos e os personagens criados sempre nos acompanharão onde estivermos por uma necessidade de nos sentirmos importantes.

Qual homem nunca aumentou a quantidade de mulheres que “ficou” em uma festa? Qual pessoa por ser pobre e por ter vergonha da sua condição mente para os outros? Qual mulher não mentiu para uma amiga dizendo que o casamento esta nas mil maravilhas quando não está?

É por medo da reprovação dos outros que criamos um mundo a parte, onde nós somos os regentes e decidimos o que seremos, o que fizemos ou iremos fazer e os outros estão lá apenas para nos engrandecer interiormente com suas reações de espanto, de admiração, nos dando uma “razão” para viver. A mentira nos camufla e nos esconde do mundo, o mundo real cheio de contradições, atitudes grosseiras, cheio de pessoas ruins que instigam outras não muito confiantes a agirem dessa forma como se fosse o caminho mais plausível e certo.

Não há nada melhor do que sermos nós mesmos e mais ainda aceitarmos quem somos e usarmos isso para viver bem. A aprovação não deve vir dos outros que insistem em julgar e inferiorizar e sim de nós mesmos, no momento em que concordamos que temos defeitos e procurarmos mudar, no momento em que percebermos que não devemos mudar simplesmente para encontrar aceitação dos grupos de “amigos”. Seja você mesmo e não se arrependa, pois você não esta aqui para se adequar as vontades e modos de pensar deturpados de outros e sim para viver com as diferencias e saber conviver com as inseguranças presentes em você e nas pessoas ao seu redor e posteriormente superá-las.

Seja você mesmo. No palco da vida nem todos são bons atores. – Pedro Maciel

Pedro Maciel.

domingo, 20 de março de 2011

Homossexualidade, religião e sociedade


Vivemos em sociedade e isso quer dizer que nela há vários tipos de pessoas e grupos que se cruzam constantemente nas ruas, vielas e avenidas. Há entre muitos, os cidadãos mal compreendidos, excluídos e extravagantes e é sobre um deles que eu irei comentar. O Pensador convida você a refletir um pouco sobre a homossexualidade.

Homossexualidade – não mais homossexualismo - refere-se à característica ou qualidade de um ser, humano ou não, de sentir atração física, estética e/ou emocional por outro ser do mesmo sexo. A homossexualidade é uma das três principais categorias de orientação sexual, juntamente com a bissexualidade e a heterossexualidade, sendo encontrada também em muitas espécies de animais. Não há uma estimativa exata do percentual de homossexuais humanos, mas alguns estudos indicam estar entre 2% a 13% e outros aproximadamente 22% da população.

Como a maioria deve saber a homossexualidade não é hoje, ela vem desde os séculos passados. No Egito, no século V a.C, existiu na cidade de Tebas, um exército de homossexuais, um grupo militar formando por mais de 150 casais de amantes. Entre os registros egípcios existe um conto sobre duas divindades que vêm para a terra e realizam atividades sexuais com dois homens. Na Grécia, exemplos de homossexualidade não se limitam apenas aos mortais, na mitologia está a maior demonstração de abertura do pensamento grego. O casal mais famoso de todos é formado por Zeus e Ganímedes

Na cultura grega clássica, a educação dos meninos atenienses se dava através de laços de amizade e prática homossexual com seus mentores. Um cidadão que não exercesse a adoção de jovens, e se encarregasse de sua educação, era acusado de omissão em seus deveres como cidadão. Após 12 anos de idade, o garoto procurava um mentor e com aprovação dos pais, este praticava atos sexuais com ele e aprendia tudo o que este sabia da vida. Não há registros de que a homossexualidade tenha sido totalmente aceita na Grécia antiga, muito menos sendo encarada como um grande problema, como nos dias de hoje. Sócrates, Platão e Safos são exemplos de homossexuais deste período.

No Império Romano, dos últimos quinze imperadores, apenas Cláudio não deixou referências quanto a homo ou bissexualidade. Júlio César, Calígula, Tibério, Nero, entre outros foram praticavam atos homossexuais e nos palácios ocorriam verdadeiras orgias. Vestir-se de mulher era uma brincadeira comum, como fazemos no período de carnaval.

Em 1231, o papa Gregório instituiu o direito ao Tribunal do Santo Ofício e ordenou o combate às mazelas difundidas por toda a Europa. Os homossexuais foram um dos grupos que foram perseguidos nesse período e esse ato de perseguição foi tão grande que somente no Brasil, já no século XVII, foram registrados 4.419 casos de sodomia, dos quais 30 foram enviados a metrópole e condenados à fogueira.

Bem, já demos uma vasculhada no passado, mas e hoje, como andam as coisas? A Igreja Católica vê o comportamento sexual humano quase sacramental. Sexo anal e homogenital são considerados pecaminosos porque atos sexuais, por natureza, são procriativos e unitivos. A Igreja também entende que a complementaridade dos sexos seja parte do plano de Deus. Atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo são incompatíveis com essas crenças. A homossexualidade continua a ser reprovada pela maior parte das tradições cristãs pelo mundo.

O preconceito e a descriminação são comuns na vida de homossexuais e constantemente estão sujeitos a estereótipos, o que aumenta a marginalização, sendo essas as prováveis formas de homofobia e heterossexismo. O heterossexismo pode incluir que toda pessoa é heterossexual ou que atrações entre pessoas de sexo oposto seja a normal e, portanto, superior. A homofobia é o medo, a aversão contra homossexuais.

Há vários exemplos de estereótipos que caracterizam esse grupo de pessoas, como menos estáveis emocionalmente, mais promíscuas e mais propensas a abusar de crianças, porém não há nenhum estudo científico que comprove tais afirmativas. E é exatamente toda essa pressão que levam muitos deles a esconderem seus sentimentos por medo da repreensão e da violência da sociedade, o que torna a vida de jovens homossexuais ainda mais difícil quando se trata de se sociabilizar, podendo levar a futuros casos de suicídio.

Os esforços para a “alforria” da homossexualidade começaram desde a década de 1860, mas somente nos anos de 1950 houve um aumento da visibilidade, aceitação e criação de direitos civis para gays, lésbicas e bissexuais. Isso é exemplificado pelo movimento do orgulho gay, com desfiles anuais e exibições de bandeiras arco-íris. No entanto, nem todos optam por participar desses movimentos por acharem que aumentam e perpetuam a discriminação já existente.

Mas devo lembrar também que o que mais causa conflitos sobre esse assunto é a pura falta de informação e a persistência de mitos. Já ouviu falar que a homossexualidade é gerada, ou causada, pela ausência de um pai? Há uma imensidão de heterossexuais que passam pelo mesmo problema e não se “desvirtuam”, como a maioria insiste em dizer e também sobre a idéia já falada anteriormente sobre homossexuais serem promíscuos e não conseguirem ter um relacionamento fixo. Quantos heterossexuais não conseguem também ficar com uma pessoa por muito tempo?

Pode-se notar de forma clara que as pessoas não sabem exatamente o que é sexo. Há casos que não existe dialogo entre familiares sobre isso, somente em poucas escolas há projetos e discussões sobre o tema e ainda informações erradas transmitidas pela mídia. Existe no mundo uma quantidade enorme de informações absurdas sobre esse assunto e estão disponíveis para mentes curiosas que querem conhecer e por pessoas que se aproveitam delas para aumentar os níveis de preconceito. Para os que querem realmente aprender e conhecer procurem com cuidado sites, livros e revistas com conteúdo sério e que possam lhe acrescentar informações puramente verdadeiras.

Esse é realmente um assunto muito serio e delicado e deve ser “manuseado” de maneira que não ajam mais idéias errôneas e deturpadas. O mundo seria muito melhor sem preconceito, mas nós somos tão limitados que ainda insistimos com toda essa maldade. Quando chegar o momento que todos nós nos respeitarmos e vivermos em amor conjunto, todas as chamadas diferenças tão idolatradas por nós cairão e se quebrarão em pedaços. Se você se acha um verdadeiro cristão ou de qualquer outro grupo religioso e tem a absoluta certeza que segue os ensinamentos de amor ao próximo e caridade como a maioria das religiões prega e ainda continua com atos desprezíveis contra seus irmãos – é isso mesmo, seus irmãos –, pense bastante e reflita se isso o que faz é o que aprendeu durante a vida e procure saber se realmente estão ensinando de maneira correta. Homossexuais não são doentes, doentes são os que os odeiam, os matam e os humilham. Isso é muito simples de entender.

OBS: Eu sei que esse é um assunto muito delicado e envolve opiniões diversas e agradeceria se fosse debatido de forma seria e sem comentários maldosos e preconceituosos. Seja bastante claro em suas opiniões, pois qualquer tipo de comentário preconceituoso não será tolerado e consequentemente não será postado. Obrigado.

Pedro Maciel.


Pesquisando...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade#Construto_social

http://www.swbrazil.anglican.org/brakemeier.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexualidade

http://homossexualidade.sites.uol.com.br/homo.htm

segunda-feira, 7 de março de 2011

A imperfeição da NOSSA beleza


Você se acha bonito(a)? Sua aparência agrada a quem vê? Você certamente já deve ter se perguntado isso algum dia ou diariamente durante toda a sua vida, sendo isso um tormento em uma sociedade em que se tem como um dos pilares de exclusão a beleza, difundida pelos meios de comunicação, principalmente. O Pensador convida você a refletir um pouco sobre a indústria da beleza e propaganda.

Procurar o belo sempre foi uma das obsessões do ser humano e ser belo uma maior ainda. Já dizia Vinícius de Moraes “me desculpem as muito feias, mas beleza é fundamental”. Mas o que exatamente ele queria dizer com isso? Há duas vertentes. O lado boêmio de ver a vida e seus vários relacionamentos fazem com que as pessoas pensem de imediato na beleza exterior, do físico e da estética, mas o seu lado poético e também lírico de viver pode muito bem estar relacionado com a beleza interior, a beleza do ser, simplesmente. Nós nunca saberemos a verdade.

Diferente de nosso amigo poeta, que deixou uma frase com explicações implícitas, nós descaradamente procuramos apenas uma das vertentes que citei ainda a pouco, a exterior. Como já falei também anteriormente, acaba virando uma obsessão para chegar ao resultado tão esperado e de aceitação da sociedade: ser lindo. Ser belo em nossa época é ser magro, forte, sem resquícios de gordura, ser “cem por cento”, mas os padrões de beleza mudam muito com o passar dos tempos e isso é muito bem notado principalmente nas mulheres, que são as suas principais vitimas.

Na época da Renascença, o padrão de “gordinha” era sinônimo de beleza, pois demonstrava que a família que a mulher pertencia era abastada. Na Idade Média, a idéia de fertilidade imposta como contraponto de uma época de matanças ocorridas das cruzadas, trazia uma mulher de quadril largo e ventre avolumado. E assim foram acontecendo as mudanças radicais de preferências e “bem estar” das mulheres.

Nossa época é verdadeiramente cruel e exigente com as mulheres, forçando-as a cometer excessos que o próprio corpo não suporta. O surgimento das modelos fotográficas e de passarela piorou ainda mais a situação, tendo a própria palavra modelo, que é algo a se seguir, um grande problema para aquelas ou aqueles que não estão nos padrões desejados e apreciados pelas pessoas.

Para se chegar ao desejável, geralmente se buscam vários caminhos, os fáceis e tortuosos, não importando como seja se no final conseguirem o que querem. Começam então a entrarem em academias, começam dietas ditas milagrosas e buscam a cartada final, a cirurgia plástica. Há sempre alguém que tem uma imperfeição em qualquer parte do corpo e para os que são escravos desse mundo isso é indescritivelmente inaceitável e mudam sempre que é possível e quando é impossível também.

O psicológico é sempre o alvo principal da indústria do belo, tentando fazer com que os olhos desejosos pela mudança comprem produtos para emagrecer, rejuvenescer, para mudarem o que não gostam em sim mesmo ou o que os outros não gostam neles, isso variam muito. Há casos em que as pessoas não conseguem alcançar o objetivo, pois o próprio organismo não reage às lutas incansáveis e isso acaba por gerar futuramente casos graves de depressão e posteriormente a morte de pessoas que não se aceitam depois das tentativas fracassadas de ser belo.

Não podia deixar de falar sobre uma das vertentes que é bem interessante: a propaganda. Esse meio, como todos já sabem, é usado para transmitir idéias, produtos de forma criativa e interessante para chamar a atenção dos que vêem na televisão e lêem nos jornais e revistas. E é exatamente esse meio que ataca diretamente e diariamente todas as pessoas com suas palavras imperativas e de impacto, nos fazendo “pensar” sobre o assunto. Claro que falo de propagandas sobre o assunto trabalhado no momento e de outras que influenciam de maneira destrutiva e não as que realmente têm um sentido real de existência.

Várias são perguntas que devem pairar sobre muitas cabeças que há muito tempo vêm analisando todo tipo de propaganda: Por que em todas as propagandas desse meio sempre há apenas mulheres e homens lindos, de corpos magros, fortes, esbeltos? Não há pessoas gordinhas, baixas, de cabelo meio ruim e não muito bonitas no mundo da propaganda? Por que os gordinhos, baixos e os ditos feios pela sociedade são apenas usados em propagandas com conteúdo cômico? Não há muito que se pensar sobre isso, pois o obvio é mostrado descaradamente: somos preconceituosos perante a beleza.

A beleza é mais uma das coisas que nós seres humanos tivemos a proeza de colocarmos na nossa lista de deturpações e a tendência é só piorar. A capacidade que tivemos de usá-la como meio de enriquecer as custas de uma sociedade que foi construída com esses conceitos preconceituosos é bastante triste. A exclusão que isso causa por não ter nascido como o mundo exige gera transtornos e uma “bola de neve” que só tende a piorar com o avanço dessa idéia.

Nos preocupamos demais com a aparência porque fomos impregnados com idéias irreais e não tivemos mentes criticas para se opor a elas e assim fomos passando tudo para outras gerações. Nossos olhos desleixados foram acostumados a olhar apenas o que esta na nossa frente e não nos preocupamos em nos desintoxicar em momento algum. A beleza não é para ser vista e sim sentida, pois a nossa tão idolatrada nunca é eterna. O que realmente nos faz belos são os olhares, os sorrisos, os gestos e o jeito feliz de viver e é exatamente tudo isso o que realmente fica após irmos a sete palmos do chão. O resto se reduz a grãos de poeira.

Pedro Maciel.


  1. Faz muito tempo que não escrevo e tive um período ruim, pois não tive palavras e idéias para escrever. Portanto, eu peço que desconsiderem se o texto não superou a minha e as suas expectativas.
Pesquisando...

http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14415.pdf

http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/935313