sábado, 28 de maio de 2011

“Iaew, me add ai!”



O mundo está cada vez mais moderno e cheio de inovações que facilitam nossas vidas. Além dessas tais facilitações, há também algo que nos garante lazer, momentos de descontração e a possibilidade de interagir sem a interferência da distância. O Pensador convida você a refletir um pouco sobre as redes sociais.

Todos nós, seres pensantes, temos a tendência de nos reunir com outros de pensamentos, idéias e gostos iguais, seja para um simples papo, um trabalho importante ou até uma boa partida de futebol. São exatamente essas semelhanças que fazem acontecer o surgimento desses grupos “isolados”.

O ser humano vive de relações sociais durante toda a sua vida, sendo ela uma necessidade de sua existência. Precisamos nos envolver para nos sentirmos completos e precisamos estar aqui e ali “trabalhando” para participar da vida social de outros e complementar as nossas.

Nós sempre gostamos de nos reunir e divulgar os nossos momentos com amigos e conhecidos, mas antes as pessoas faziam isso com muito mais dificuldades, menor freqüência e não conseguiam contar tudo o que queriam ou gostariam. Percebendo que isso é verdadeiramente importante, vamos dar uma olhadinha e comparar o antes e depois do advento da internet no âmbito dessas relações.

Antes: Quando alguém casava, após a chegada da lua de mel, convidava todos os amigos, normalmente um casal por semana, para conhecerem a casa e para que pudessem ver as fotos do casório e da lua de mel.

Hoje: Os amigos já estão cansados de ver a nova casa através das fotos que os noivos tiraram desde o primeiro móvel que compraram. Todas estão no Orkut. As fotos do casamento também estão em um álbum especial na mesma rede social e conforme o novo casal conhece lugares na lua de mel, também coloca para os amigos, as fotos no Flickr e alguns vídeos no YouTube.

Antes: No nascimento de um filho, as pessoas ligavam para contar a novidade para todos os amigos, os mais próximos iam à maternidade e os demais visitavam após, aproximadamente, o terceiro mês de vida do bebê.

Hoje: No momento do nascimento, o papai tira foto do bebê, insere no blog e twitta com o link para que todos os seus amigos vejam. Ao chegar em casa, os pais colocam para os amigos mais próximos, o bebê na webcam .

Antes: Quando alguém encontrava um amigo que há tempos não via, contava das últimas festas e muitas vezes, omitia alguns detalhes.

Hoje: Até aquele amigo que aparece só uma vez por ano, está atualizado de todas as festas, bebedeiras e afins que estão, ou no próprio álbum do boêmio, ou então nos álbuns daqueles amigos que adoram entregar os outros.

A internet, com toda a certeza, facilitou a vida de todas as pessoas que dela usufruem, mudando muitas vezes até a forma de se relacionar com o surgimento das redes sociais que a cada dia vem sendo aderida por mais e mais pessoas. Mas o que preocupa é justamente essa nova forma que torna os relacionamentos muito mais estranhos e também frrrrios. O que acontece e deve ser analisado minuciosamente é o impacto das redes sociais sobre as relações sociais contemporâneas.

No momento em que criamos um perfil em qualquer rede, divulgamos nossa imagem e podemos conseguir um número infinito de contatos. “Socializar” é o verbo utilizado por muitos. A vida sociável na internet é semelhante à vida real, quanto mais sociável você é, maior será a sua reputação na web.

Devemos analisar que esse verbo “socializar” está cada vez mais banalizado na web e essa possibilidade de ter infinitos “amigos” em nosso perfil abre portas para uma relação indiferente e podemos dizer que também artificial e incompleta. É dessa maneira que podemos perceber como andam os relacionamentos de hoje, e tendo elas – as redes sociais – como uma maneira de aproximar as pessoas, elas aproximam até demais, porém, em sua grande maioria, somente no sentido teórico da palavra, pois grande parte dos “amigos” nem sequer conhecemos.

A necessidade primordial dos usuários de ter milhões de amigos virtuais nessas redes ultrapassou a verdadeira idéia da sua criação e muitos deles se sentem satisfeitos por terem uma quantidade considerável de “amigos” e repudiam aqueles que não têm uma lista tão grande quanto a sua. O simples fato de ter uma determinada pessoa importante ou popular em sua lista dá ao usuário a ilusória sensação de fazer parte da sua vida e saber o que se passa nela.

A vontade de saber sobre a vida do outro e usar as redes sociais para este fim já se tornou bastante comum. As pessoas simplesmente adicionam outras e esperam a resposta, que fica bem mais facilitada com a aceitação dessa solicitação por pessoas que pensam e agem da mesma forma, crescendo ainda mais esse modo errôneo de se relacionar.

Há casos muito perigosos de pessoas que se aproveitam dessa febre do “me add aew!”, se aproveitando a ingenuidade e da irresponsabilidade dos usuários das redes se passando por outras pessoas para conseguirem fotos e informações pessoais para qualquer tipo de ação ilícita, prejudicando inúmeras pessoas. Fiquem atentos!

Outro problema bastante sério é a substituição da vida real pela virtual, que é um fenômeno vem sendo percebido essencialmente por filósofos e sociólogos. Há vários casos pelo mundo de pessoas que não tem uma vida social como nos padrões, por não conseguirem se encaixar em um determinado grupo ou por serem duramente excluídas do convívio dos mais próximos. Vivendo dessa maneira, eles encontram na internet uma escapatória da exclusão, podendo viver e se relacionar da forma como gostariam que fosse na vida real.

Uma das doenças que atingem muitos viciados em internet é o chamado transtorno de ansiedade social, que se caracteriza pelo receio das interações sociais, como, por exemplo, ir à escola, sair na rua, falar em público ou paquerar. A primeira vista, estes sintomas podem ser observados por pessoas bem tímidas, entretanto vai muito além disso e se deve pelo fato do medo dos portadores desse transtorno de receber avaliações, seja de juízo de comportamento, estético ou mesmo de falarem o que pensam.

A crescente detecção deste e demais transtornos em jovens com menos dos 18 anos, mostra que nossos adolescentes estão mais sujeitos a isso, porque a formação da personalidade de grupo se dá justamente nesta fase. Como os nossos jovens estão trocando as conversas pessoais por chats, redes de relacionamento, jogos online e a própria internet, há um vão no desenvolvimento deste fator relacional, o que reflete em adolescentes mais tímidos, com poucos amigos reais, mais consumistas e elevação do número de problemas psicológicos.

Não podemos discordar que a internet é de grande importância para o mundo, mas devemos aprender a manuseá-la de maneira inteligente, não deixando que ela ultrapasse a sua função e deturpe a vida e o convívio social. Saiba que, ter uma lista enorme de pessoas que você nem conhece (a maioria) não vai mudar a sua realidade diária, portanto, se esforce para poder viver bem e para outros dou o conselho de tentar mudar a forma de como se comportar com outras pessoas, você pode estar sendo o criador de novos seres com problemas de relacionamento. E para finalizar, se esforce para desfrutar da sua vida e compartilhar seus momentos com as pessoas, já que não há nada melhor do que uma boa conversa, um abraço apertado ou curtir a vida (REAL).

Pedro Maciel.

Pesquisando...

http://camilasacchi.blogspot.com/2009/04/os-pros-e-contras-nas-redes-sociais.html

http://vivimacedo.wordpress.com/2009/08/28/antes-e-depois-das-redes-sociais/

http://www.tecmundo.com.br/1911-vida-real-x-vida-virtual.htm

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